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O guia de posições sexuais para quem tem dor nas articulações

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Falar de sexo é complicado por natureza. As pessoas dão risada, ficam vermelhas, se ofendem… Agora imagina abordar esse tópico quando as articulações do corpo — essenciais para realizar os movimentos na cama — são prejudicadas por artrite reumatoide, lúpus, psoríase e companhia limitada. “O paciente não se sente à vontade e nós não temos preparo para conversar sobre o tema”, admite a médica Lícia da Mota, da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Levantamentos realizados no Hospital Universitário de Brasília e na Universidade Federal do Pará mostram que mais de 60% dos indivíduos com as juntas acometidas sofrem com algum tipo de disfunção sexual. Apesar de taxas tão elevadas, são poucos aqueles que fazem perguntas ou levam as queixas para o doutor.

As doenças reumatológicas impactam a vida sexual de diferentes maneiras. A mais óbvia de todas é a dificuldade de mexer as juntas do quadril, dos joelhos e dos cotovelos durante a transa.

Mas a história não acaba por aí. “A dor contínua deixa a pessoa menos propensa a participar de festas e reuniões e dificulta o processo de conquista e relacionamento”, acrescenta a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo.

Além disso, mulheres com queixas articulares enfrentam uma queda na lubrificação vaginal, o que dificulta a penetração. Já os homens experimentam uma baixa na libido e a ereção se torna uma missão complexa.

Todo esse cenário motivou experts da SBR a criarem o primeiro documento brasileiro que discute a importância de falar sobre sexo frente às enfermidades reumatológicas. A primeira versão do artigo, voltada para os profissionais da área, já foi publicada.

Agora eles trabalham com uma edição voltada para o público, que deve ser lançada até o final de 2016. A ideia é que ela funcione como uma espécie de Kama Sutra — texto indiano milenar sobre o comportamento sexual humano — com dicas práticas e as posições mais indicadas para cada perfil de paciente.

Os incômodos articulares, por exemplo, podem ser amenizados com um banho quente ou com uma boa massagem da parceira ou do parceiro. “A água e os toques na pele relaxam a musculatura que fica retraída por causa da dor”, explica Pedro Henrique de Almeida, terapeuta ocupacional da Universidade de Brasília e um dos autores do guia.

Analgésicos, desde que liberados pelo médico, também ajudam. Vale ainda aproveitar os dias em que a sensação dolorosa está menos intensa para ter relações sexuais mais proveitosas.

Conversar com o companheiro ou companheira também é essencial para que entendam a sua limitação e saibam como você está se sentindo naquele momento. Isso evita, inclusive, problemas de autoestima e falta de confiança. “Compartilhar os sentimentos garante resultados melhores e fortalece a relação”, completa Carmita.

Muitas vezes, a própria droga utilizada para controlar a doença reumatológica tem efeitos colaterais na vida sexual. “Existem formas de substitui-la por outras opções terapêuticas ou até mesmo alterar o esquema de doses para evitar esses transtornos”, orienta Lícia.

Redação NES
Redação NES
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