Personalidades femininas serão agraciadas, nesta quinta-feira (28), com o Prêmio Mulheres Negras Movem a Região do Nordeste de Amaralina. A cerimônia de entrega da honraria acontece a partir das 9h, no Colégio Estadual Polivalente, no Beco da Cultura. A iniciativa, de autoria do Coletivo LGBTQIANP Laleska D Capri, tem como objetivo homenagear mulheres negras da região que obtiveram destaque na sua área de atuação e ajudaram de alguma forma a transformar a realidade do bairro.
Serão homenageadas : as professoras Luciana Pimentel (EPBM), Márcia Pitta, Maria Conceição (Polivalente), Ilca Guimarães (Dionísio Cerqueira); a ativista, Márcia Ministra; a maquiadora, Laís Abreu; a produtora cultural, Luciana Rocha; a coordenadora do Quabales, Ariuma dos Santos; a cantora, Gabby Santana; a fundadora do IBCM, Tia Conça; a ialorixá, Mãe Selma de Xangó; e a baiana de acarajé, Edinalva Barbosa.
De acordo Paullet Furação, coordenadora geral do Coletivo, o prêmio é uma alusão ao 25 de julho, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha:
“É preciso mostrar essas mulheres que tanto fazem a diferença dentro e fora da nossa comunidade. Por ser uma cidade preta, uma região preta, a gente entende que tem que tornar visível para a sociedade o trabalho dessas mulheres, o quanto elas contribuem para o fortalecimento e a transformação da nossa da nossa região”, explica a ativista.
Ainda segundo Paullet foram escolhidas personalidades que se destacaram de acordo com área de atuações:
“Nós temos mulheres que trabalham com o meio ambiente, outras que são empreendedoras, militantes de direitos humanos e tantas outras. Então pensamos em categorias para que a gente pudesse diversificar a homenagem”.
Premiadas – A professora e ativista dos Direitos Humanos, Marcia Ministra, uma das homenageadas, destaca que a iniciativa do Coletivo LGBTQIANP é uma oportunidade de denunciar o racismo, a misoginia e a violência que as mulheres negras vem sofrendo em todos os espaços:
“Nós mulheres negras coletivamente estamos dando seqüência a essas lutas encampadas pelo movimento de mulheres negras e movimento negro. Tereza de Benguela lutou contra o racismo e suas mazelas e hoje procuramos dar continuidade. É resistir para existir. Receber esse prêmio é pactuar que nós mulheres negras do Nordeste de Amaralina, estamos no caminho certo”.
Representante da educação, a professora de Artes, Luciana Pimentel, afirma que “como educadora ela acaba se tornando referência dentro da comunidade”:
“Sou inspiração para essa nova geração que muito precisa de boas referências positivas. Esse prêmio revela e mostra os frutos bons dentro da comunidade. Isso ajuda outras mulheres sair do seu lugar de conforto e ir em busca de uma nova perspectiva e ter um novo olhar para vida”.
Simbolizando o povo de santo da região, a Ialorixá Mãe Selma de Xangô, do Terreiro … salientou que a homenagem serve para que as pessoas possam a conhecer a luta das mulheres negras e adeptas das religiões de matriz africana:
“Para nós, que somos povo de santo, esse reconhecimento é muito bom. Nós somos mulheres que defendemos a causa do povo de santo e estamos na luta do dia a dia. Nós sabemos como é dificil… E ser homenageada como mulher negra e povo de santo, para mim, é maravilhoso. Pela visibilidade, pela competência, por tudo… Ser reconhecida como mãe de santo é muito bom. Não é Selma professora, não é a enfermeira, não é a esteticista, não é a cabeleireira… É a mãe de santo. É vestir a camisa do povo de santo e dizer eu sou uma ialorixá, eu sou a Ialorixá Selma”.
